Essa é uma das perguntas mais frequentes que recebemos de clientes e amigos. Ela envolve duas das variáveis mais pesadas e importantes da vida das pessoas: o lar e o dinheiro. Nesse caso, misturadas e indissociáveis. Por um lado, existe a percepção de que o imóvel alugado não é, de fato, nosso; não gera a sensação de pertencimento e tranquilidade que a casa própria promove. Por outro lado, o aluguel é a grande oportunidade para quem precisa mudar de cidade, morar em local temporário ou que, simplesmente, deseja viver com seu companheiro e não possui os recursos para a aquisição imediata.

O processo de tomada de decisão humano é muito mais emocional que racional. O descendente de imigrante, aqui no Sul, é bastante apegado à posse: dos bens, das terras, das casas, dos recursos e da poupança. Foi essa mentalidade que permitiu aos antepassados sobrepujarem as enormes dificuldades de tempos hostis e recursos escassos. Foi essa mentalidade que trouxe progresso e bonança.

Como profissionais da área financeira, podemos trabalhar com os números, analisar variáveis e montar cenários. Porém, por detrás de cada algarismo gelado há um coração quente tentando tomar uma das decisões mais difíceis de sua vida. Ele deseja financiar o imóvel, mas não quer pagar os juros. O jovem casal deseja, acima de tudo, dormir sob o mesmo teto, mas não possui recursos para adquirir o apartamento de três quartos tão sonhado. Outro casal está se divorciando e cada qual necessita uma nova moradia.

Os cálculos nos dão uma resposta numérica, fria, matemática. Porém, as pessoas estão em diferentes fases da vida; as pessoas são movidas por interesses distintos; as pessoas possuem os mais variados paradigmas mentais. A resposta adequada para fulano, talvez não sirva para ciclano. Não há apenas um destino, não há apenas um caminho.

Para algumas decisões, os números são apenas acessórios. Afinal, somos muito mais emoção do que razão.

Autor: Thiago Macangnin